Felipe Schwenck Galvão
Alexandre de Matos Soeiro
Tatiana de Carvalho Andreucci Torres Leal
Leonardo Jorge Cordeiro de Paula
Múcio Tavares de Oliveira Jr.
- Morte súbita cardíaca em jovens é um evento muito mais raro do que quando comparado em adultos (< 1-10 / 1.000.000 pessoas-ano).
- Estes eventos podem acontecer em jovens atletas, o que contrapõe a relação comum entre exercícios, vigor físico associados a saúde.
- Jovens do sexo masculino (relação aprox. 2:1).
- Assim como em adultos, é provável que jovens negros sejam apresentem maior risco (porém por etiologias diferentes). Contudo, não é possível definir com certeza a diferença entre grupos étnicos.
- As causas mais comuns de morte súbita cardíaca em jovens podem ser dividas em:
– Cadiomiopatias adquiridas e hereditárias (Hipertrófica, Displasia de VD,…)
– Canaliculopatias adquiridas e hereditárias (QT longo, QT curto, Brugada, Catecolaminérgica)
– Doenças estruturais congênitas
– Miocardites
– Anomalias coronarianas
- Em cardiopatias congênitas, estima-se que entre 15 a 25% das mortes nos pacientes jovens se dê por morte súbita cardíaca. A associação de disfunção ventricular, remodelamento, hipertrofia e fibrose está associado com o aumento de morte súbita cardíaca.
- Mais da metade dos casos em atletas são devido a cardiopatia identificáveis: valvopatia, mal-formações coronarianas, miocardites e anormalidades de condução. A fisiopatologia da morte súbita relacionada a esporte envolve a hiperestimulação adrenérgica. Jovens cardiopatas não atletas submetidos a exercícios vigorosos esporádicos também correm mais riscos de morte súbita.
- Os sintomas prodrômicos associados a morte súbita cardíaca são:
– Palpitação
– Dor torácica
– Síncope
– Convulsões
– Mudanças inapropriadas na frequência cardíaca e pressão arterial, causadas por arritmias.
- Entre 25 e 50% das mortes súbitas cardíacas são precedidas de algum destes sintomas, principalmente síncope ou convulsões.
- Não está claro se o screening obrigatório de cardiopatias em atletas é capaz de mudar a mortalidade.
- Alguns estudos de custo-efetividade contestam que o ECG só deveria ser usado nos seguintes casos:
– Pacientes de maior risco (ex: Atletas)
– Doenças com maior benefício no diagnóstico (ex: Síndrome do QT longo congênito em recém-nascidos).
– História familiar de doença cardíaca genética ou morte súbita cardíaca.
Referência: Ackerman M, et al. Circulation. 2016;133:1006-1026.